História

Conheça a história da nossa cidade

A colonização de Rio Negrinho, diferentemente de Joinville e São Bento do Sul, nasceu de um impulso e não meditado e assim se desenvolveu irregularmente, conforme a necessidade do momento. 


Vista da Cidade - Rua Jorge Zipperer em 1935 

Ninguém ainda sabe exatamente a data de quando teriam chegado os moradores civilizados as suas terras, que não raro suscita discussões.

Alguns fatores, porém, são importantíssimos para entender a sua colonização:

  • 01. O desajustamento social do século XIX, o excessivo crescimento da população desproporcional ao desenvolvimento dos meios de produção, elevados impostos, barreiras alfandegárias entre os países europeus, a dependência dos latifundiários e outros problemas sociais concorriam para a intensificação da emigração para os países livres da américa
  • 02. Ao término da Guerra do Paraguai (1864 -1870), teve em mãos o Governo Imperial a difícil tarefa de desfazer-se dos que lhe emprestaram os seus valiosos serviços, que estavam agora cobrando os louros da vitória, cujo pagamento não mais comportava o já debilitado tesouro do Governo.
  • 03. Assim aliados, o intento brasileiro de povoar-se os sertões, através das energias acumuladas no decurso do conflito com o Paraguai e a procura européia de terras a colonizar, surgiu então, aqui no planalto norte catarinense, nos idos de 1873, a hoje Rio Negrinho.
  • 04. Como fruto da procura européia, em Hamburgo, a Sociedade Colonizadora desenvolveu intensa campanha de propaganda para nova Colônia e, no dia 4 de janeiro de 1851, partiu daquele porto Hanseático o primeiro barco de imigrantes, “Colon”, que chegou em 6 de março de 1851 em São Francisco do Sul, desembarcando os passageiros no dia 8. No dia seguinte, 9 de março, as 118 pessoas, homens, mulheres e crianças, encontravam-se estabelecidas nos ranchos primitivos de recepção. A "Colônia Dona Francisca", futura cidade de Joinville, estava dando início a sua vida.
  • 05. Terminada a Guerra do Paraguai, e em 1871, a guerra entre França e Alemanha, a Colônia Dona Francisca teve um crescimento rápido, de modo que se esgotaram completamente os lotes disponíveis na Colônia de Joinville.  Ganhou, então, a colonização no planalto de Curitiba novo aspecto e novas perspectivas.
  • 06. O ano de 1873, marcou o início de outro grande afluxo de colonos e aumentou ainda mais as grandes dificuldades e distúrbios verificados na Colônia de Joinville.  As informações topográficas e os detalhes sobre a fertilidade das terras nas margens do Rio São Bento, convenceram a administração da Colônia de Joinville de que o local da futura colonização deveria ser o Vale do Rio São Bento, distante uns 18 kilômetros do Campo São Miguel.
  • 07. No dia 20 de setembro de 1873, 70 homens e uma tropa de bestas, com 2 tropeiros brasileiros, João Fragoso e José Manuel da Cruz, partiram de Joinville e iniciaram a sua marcha para a distante Serra Geral.  Pernoitando no rancho do acampamento todos reunidos no dia seguinte, em 23 de setembro de 1873, receberam os 64 lotes já demarcados. Com este ato oficial fundou-se a nova Colônia de São Bento, donde se criaria mais tarde a 15 kilômetros a oeste, o povoamento que viria a ser a Rio Negrinho de hoje.
  • 08. Embora as plagas de Rio Negrinho tenham sido cruzadas, de longos anos, inclusive, parece não haver dúvida, que Dom Alvar Nuñez Cabeza de Vaca, em 1541, da região de São Francisco do Sul, atingiu os formadores do rio Iguaçú e seguiu até Assunção, no Paraguai, e só por volta de 1875 fixava-se neste território a primeira família, chamada Ferreira de Lima, a que bugres mataram o chefe.  Esta família era procedente do Paraná, donde, logo depois chegavam outras famílias.
  • 09.  Originalmente as terras de Rio Negrinho, não fazendo parte da colonização pertenciam a família do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco de Curitiba, e ainda, em 1902, eram devolutas.  Os primeiros moradores do Município, oriundos do Paraná, eram prepostos do Brigadeiro Franco, afim de garantir a “guarda” de uma extensa área de terras na região.  Dentre as primeiras famílias, aqui fixadas por volta de 1875, estão a Ferreira de Lima, Simões de Oliveira. Carvalho, Cardoso e Tavares.
  • 10. Com a fundação de São Bento e a expanção de suas estradas, teve continuidade a construção da estrada Dona Francisca e sua passagem por Rio Negrinho, deu-se por volta de 1880, rumo a Rio Negro (hoje Mafra), e com a construção da ponte sobre o Rio Santa Maria (Rio Negrinho 2), hoje Rio Negrinho, instalou-se junto a obra a Firma Engº Riques e para tal montou o acampamento.  Junto com esta Firma, vieram de Lençol e do interior da região e se instalaram ao lado do traçado da estrada que prosseguia em construção, diversas famílias com prestação de serviços aos construtores da obra tais como, Luiz Scholz com casa de comércio, Carlos Hantschel com sapataria, José Brey e outros.  A estrada Dona Francisca foi concluída em 1892 e entregue ao tráfego e na confluência desta estrada com o caminho de tropas que seguiam da Estrada da Mata ou Estrada do Sertão de Curitiba com ramal de Papanduva via Bom Sucesso, Serro Azul, Rio dos Bugres com ramais para Corupá e São José dos Pinhais, começou a surgir um lugarejo que subsistia do tráfego de tropas e carroções.
  • 11. Em 1911/13 a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande construiu o ramal Porto União a São Francisco do Sul, sendo construída também a Estação de Rio Negrinho e a partir de então uma Vila começou a se formar e tomar grande impulso.  Com a Estrada de Ferro, mais uma opção de escoamento de produção, afluíram muitas famílias vindas de Lençol, São Bento, Salto e outras regiões e com seu trabalho contribuíram para o desenvolvimento da localidade.  A Estrada de Ferro aumentou o comércio medeiras serradas, toras, erva-mate, lenha, nó de pinho e dormentes. Com a intermediação de Bernardo Olsen, que transferiu seu comércio de Lençol para a nova vila, passou-se a trocar produtos coloniais por artigos de primeira necessidade.
  • 12. A construção da Estrada de Ferro, alavancou o crescimento da vila, trazendo grandes turmas de trabalhadores e para atendê-los, Bernardo Olsen montou um negócio comercial. Em 1913/14, Willy Jung e Jorge Zipperer montaram uma serraria no lugar chamado Salto, trazendo toda a maquinaria para esta serraria diretamente da Alemanha e escoando seus produtos para exportação através da Estação da Estrada de Ferro.  Este pequeno empreendimento se tornaria no futuro na portentosa MÓVEIS CIMO.
  • 13. . Em 1916, Willy Jung e Jorge Zipperer montaram outra serraria na Estrada de Lageado a Rio Negro, a 1 km. do rio do mesmo nome, com a denominação de Engenho Novo, distante em torno de 5 km. da estação ferroviária de Rio Negrinho.  Com a necessidade de abrir uma estrada para ligar o Engenho Novo com a estação ferroviária a firma Jung e Cia comprou de José Brey uma faixa de terra de aproximadamente 25 alqueires entre os Rios da Serra e Rio Negrinho com linha seca fechando o perímetro.  Nesta linha foi locada a estrada que recebeu o nome de Irani onde hoje é a Rua Pedro Simões de Oliveira. Em 1918 mudaram a Serraria do Salto e o Armazém para suas terras em Rio Negrinho às margens da dita estrada.  Esta Serraria iniciou suas atividades em 25/09/1919, já sob a sigla A.Ehrl & Cia em virtude do falecimento de Willy Jung e,em 16/01/1919 com a entrada de André Ehrl em seu lugar, iniciava-se nova fase na vida de Rio Negrinho.

    Vista da Firma A. Ehrl & Cia. - 1923
    Em 1924, o sócio André Ehrl desligou-se da sociedade e entrou em seu lugar o Sr. Nicolau Jacob girando a firma sob a sigla de N. Jacob & Cia, mas por incompatibilidade com os funcionários e direção da firma foi o mesmo desligado da sociedade em 1925. Surge, então a firma Zipperer & Cia que seria na década de 40, a “Cia Industrial de Móveis”, depois Móveis Cimo.  Esta empresa, que foi considerada uma das maiores fábricas de móveis da América Latina, foi um dos maiores esteios da vida econômica do município, durante várias décadas, com fortes influências políticas e sociais, extinguiu-se ao final da década de 1970.

    Vista da Móveis Cimo - 1954
  • 14. Rio Negrinho vinha crescendo e se desenvolvendo, sentiu-se então a necessidade da criação do Distrito. Nesta época, Jorge Zipperer fazia parte da administração de São Bento e lançou o projeto da criação do Distrito, que foi votado e aprovado por todos os conselheiros e sancionado pelo superintendente (Prefeito) Luiz de Vasconcellos pela Lei Nº 155 de 13 de dezembro de 1925, foi criado o Distrito de Rio Negrinho, sendo que somente em fevereiro de 1927, foi nomeado o primeiro intendente distrital Sr. Pedro Simões de Oliveira.
  • 15.  A emancipação política veio com a desanexação do então Distrito de Rio Negrinho, do município de São Bento do Sul, através da Lei Nº 25 de 13/12/1953 e a criação do Município de Rio Negrinho, através da Lei Estadual Nº 133 de 30 de dezembro de 1953.
  • 16. A instalação do Município, ocorreu em 27 de fevereiro de 1954, com a posse do prefeito nomeado, Henrique Liebl.
  • 17.  A posse dos primeiro governante municipal eleito, deu-se em 15 de novembro de 1954, com 1941 eleitores inscritos, sendo o primeiro prefeito o Sr. Frederico Lampe.

    Vista Parcial da Cidade em 1970 
  • 18.  Em 1979, Rio Negrinho tornou-se Comarca, ganhando autonomia jurídica.
  • 19. O desenvolvimento de Rio Negrinho está fortemente atrelado aos primeiros núcleos de imigrantes, principalmente alemães, que foram se instalando ao longo da estrada Dona Francisca e posteriormente com a construção da estrada de ferro, o núcleo urbano foi se formando em torno da ex fábrica de Móveis Cimo.  Outras fábricas posteriores foram se instalando, propiciando uma revolução e exoansão contínua da paisagem urbana da cidade, nunca fugindo de sua vocação, que é a construção da riqueza a partir da madeira, principal matéria-prima existente na região.
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